A simetria também vai ser um recurso muito utilizado por ele para determinar uma nova compreensão do espaço. Existe de certa forma uma simetria sensorial: o pé direito da casa é próximo de 3,20 metros e isso faz com que um indivíduo de estatura mediana esteja dividindo com o olhar os planos do piso e do teto. Poderíamos dizer que esse cuidado tomado pelo arquiteto faz referência à escala de percepção humana. Todos esses efeitos darão a sensação de que o individuo encontra-se num templo, mas certo de que nele tem apenas o homem como protagonista.
Ao olharmos o interior da casa com três pátios percebemos que o mobiliário é escasso. Eles fazem parte de um contexto artístico dentro cada casa. O mobiliário é reduzido porque o individuo não precisa de muitos objetos para viver, mas, de elementos que vão auxiliar na reflexão sobre sua própria maneira de viver. Sendo assim, o conforto passa a ser uma espécie de busca a percepção, como se fosse um conforto espiritual.
Pode-se dizer que a casa de Mies foi inspirada no super-homem e que, assim como Zaratustra é o profeta que anuncia e que descreve esse homem, Mies van der Rohe descreve e anuncia a casa e, ainda, como seria o habitar para esse novo homem, que também se confunde com sua própria vida. Quando o arquiteto faz a opção de viver sozinho e leva consigo somente aquilo que daria seu conforto espiritual, talvez vai se construindo por meio desse projeto.
Assim sendo, não se sabe até onde a casa é produto de sua objeção pessoal ou da interpretação filosófica de Nietzsche. A única coisa que podemos ter certeza é de que o filosofo habita a casa tanto quanto o próprio arquiteto.
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